Quantas vezes você já ouviu — ou até mesmo disse — a frase: “Assina logo, é só um
padrão” ou “É só um contrato simples; nem precisa ler tudo”? Em um mundo cada vez
mais acelerado, muitas pessoas assinam documentos sem sequer passar os olhos por
todas as cláusulas. Mas essa atitude pode trazer consequências sérias e, muitas vezes,
irreversíveis.
Assinar sem ler: um hábito perigoso
É comum confiarmos em instituições, empresas ou até mesmo pessoas próximas e, por
comodidade ou pressa, deixarmos de ler os documentos que estamos prestes a assinar.
No entanto, no campo jurídico, a assinatura possui valor legal pleno. Ao assinar um
contrato, você está concordando com todas as condições ali dispostas — mesmo aquelas
que talvez não compreenda ou sequer tenha percebido.
Não basta dizer depois: “Eu não sabia que isso estava no contrato.” A Justiça, em regra,
entende que o documento assinado é válido, a menos que se prove vício de
consentimento, dolo ou má-fé — o que pode ser extremamente difícil e trabalhoso.
Casos reais que mostram os riscos de assinar sem ler
O caso do Luva de Pedreiro
O influenciador Iran Ferreira, conhecido nacionalmente como Luva de Pedreiro, é um
exemplo marcante dos riscos de assinar sem a devida orientação jurídica. Com mais de
140 milhões de seguidores nas redes sociais, o jovem da Bahia se tornou um fenômeno
da internet, mas enfrentou sérios problemas financeiros após firmar um contrato com
seu ex-empresário, Allan de Jesus, sem ler o conteúdo completo.
Em entrevista ao jornalista Roberto Cabrini, Iran revelou:
“Achei que ele ia me ajudar a cuidar da minha carreira. Eu não sabia desse negócio de
quatro anos, e não sabia dessa multa de R$ 5 milhões. Fui saber agora, quando mandei
ler o contrato.”
Iran afirmou ainda que se sentiu enganado e que foi “salvo” por Falcão, ex-jogador de
futsal, que passou a cuidar de sua carreira após o rompimento. A situação gerou enorme
repercussão, e o comportamento do empresário foi amplamente questionado, pois não
havia indícios de melhoria no estilo de vida do influenciador, mesmo com o sucesso
alcançado.
Esse caso escancarou como a falta de orientação jurídica pode comprometer seriamente
a trajetória profissional e financeira de alguém — mesmo com fama e visibilidade.